De 8 a 15 de janeiro mais de 40 jovens e assessores da Pastoral da Juventude do Regional Sul 3 estiveram vivendo o 10º Encontro Nacional da PJ. Eu era um deles. Ao todo éramos quase 700 participantes do ENPJ. Nossa casa foi o Centro de Formação Bom Pastor, no município que dá nome a Arquidiocese de Maringá, carinhosamente conhecida como Cidade Canção. Estivemos reunidos com o tema “Somos Igreja Jovem” e lema “Na ciranda da Vida, a nossa missão é amar sem medida”. Quanta mística e profundidade nessas palavras… Você não acha? Proclamar que amamos sem medida é nos permitir sair em missão com o objetivo de conhecer e amar as bonitezas da vida.
Acredito que profecias são promessas de beleza e quem as profere são aquelas pessoas que aceitam o desafio de ser a esperança concreta do Reino de Deus. Vivi o ENPJ com o desejo de assumir este desafio. Reconheço minhas limitações, mas tudo o que vi, ouvi e vivi durante o Encontro me provocaram a amar sem medida o chão que eu piso.
“Como são belos os pés do mensageiro que anuncia o Senhor.” (Pe Zezinho)
Fica na minha memória de forma viva a animação. Não qualquer animação, mas aquela que desafia e compromete, que enche o espírito e nos impulsiona a ir em missão. Ir ao encontro de quem está perto e de quem está longe. Exige caminhar, andar de ônibus, pegar o trem e até mesmo pedalar uma bicicleta. Missão é o movimento concreto de quem anima e ama sem medida a juventude.
Ficou marcado em mim, a importância de ouvir. Não apenas ouvir palavras, mas ouvir pessoas, ouvir histórias, ouvir angústias… Ah, e ouvir com os olhos! Você acredita que consigo ouvir melhor quando estou vendo a pessoa que fala comigo?! Acho que apenas ouvindo é que podemos acompanhar os jovens que estão nos grupos de base e de fato amá-los sem medida.
Retalho do grupo UPJ (Canoas) |
Se animar com a missão de ouvir para acompanhar os grupos de jovens pode ser que seja o nosso desafio mais concreto: articular a PJ. São nas comunidades eclesiais que a juventude vive, se encontra e faz a experiência de vida comunitária. Não podemos abandonar os grupos de base! Precisamos sair em missão, precisamos animar, acompanhar e articular a gurizada aonde for que ela esteja.
Quantas vezes lembrei da juventude do Vicariato de Canoas! Lembrei da minha bicicleta e das tantas viagens que já fiz com ela cruzando a BR-116. Lembrei de grupos que não existem mais como o TS1 (Todos Somos Um), lembrei do JRC (Juventude Reunida em Cristo) que há bons anos vêm animando o bairro Niterói, lembrei das sementes lançadas na Comunidade Nossa Senhora do Trabalho, lembrei da Romaria da Terra que aconteceu na periferia de Sapucaia do Sul… O ENPJ me provocou a vontade de voltar a pedalar.
“Reconheçam de coração o Cristo como Senhor, estando sempre prontos a dar a razão de sua esperança a todo aquele que a pede a vocês” (1 Pd 3, 15)
Nós jovens militantes e animadores da Pastoral da Juventude precisamos assumir o serviço profético de animar os grupos de base, acompanhar a gurizada que vive e faz a PJ acontecer nas suas realidades para termos uma Pastoral articulada, viva e a serviço da defesa da vida da juventude. Realmente sujar os pés de barro, suar no asfalto, caminhar… Suspeito que isso tudo é evangelização.
Ousemos amar sem medida os grupos de base! Ousemos ajudar a gurizada construir a autonomia de suas vidas! Ousemos animar, acompanhar e articular! Acredito que estes verbos podem nos ajudar a encarnar em nós a esperança que queremos ver florescer no mundo…
Rafael Barros
Vicariato de Canoas
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