27 de dezembro de 2010

Assembleia da PJ do Vicariato de Porto Alegre


Foi no calorento sábado do dia 11 de dezembro que aconteceu a Assembléia da PJ do Vicariato de Porto Alegre no La Salle Dores no Centro da cidade. Com a presença de representantes da maioria dos grupos de base, o dia foi de intenso trabalho onde pudemos parar e avaliar a caminhada deste ano, retomar nossas linhas de ação e planejar nossos passos para 2011. Iluminados e iluminadas pelo caminho de Emaús, foi num espírito de muita partilha e de sonhos que se construiu ações concretas e se reafirmou opções enquanto Pastoral da Juventude do Vicariato de Porto Alegre. Dentre os planejamentos para o próximo ano está a continuação das atividades da Campanha Contra a Violência e o Extermínio de Jovens, que serão pensadas e organizadas por um equipe municipal; e também formações temáticas para aqueles jovens que já realizaram Escola da Juventude, bem como a continuação das formações de iniciantes e lideranças juvenis. Estará em nossa pauta também em 2011 a celebração de 30 anos das PJs do RS e de que forma celebrá-la em nossa realidade. Neste mesmo dia houve a mudança do jovem coordenador/a do Vicariato através de indicação e eleição pelos grupos de base. Num bonito momento de envio celebrou-se a vida do jovem Felipe Vencato, que muito colaborou e trilhou seus caminhos durante 2 anos como coordenador e a  vida da jovem Tanise Medeiros que agora passa a assumir a representação de Porto Alegre. Ao Felipe Vencato nossa alegria de tê-lo caminhando junto conosco.

23 de dezembro de 2010

Natal Pejoteiro

O tempo nos obriga a olhar para o horizonte
e no horizonte se fala de revitalização.
Os anjos nos dizem, vestidos de esperança,
que nos dias que vivemos
todos e todas precisamos de uma Gruta:
a gruta da acolhida.
Não teve lugar para o Menino de nossos olhos...
Por isso sejamos e desejemos ser Gruta.
A revitalização natalina pede, também, uma Belém.
É o compromisso sagrado pelo pobre que não podemos esquecer.
Os sinos do consumo não podem esquecer os sinos desta Belém
onde Deus se encarnou.
Os dias que vivemos precisam, também, de uma Estrela.
Como é importante, no meio da noite e da tempestade,
enxergar e ter o brilho de uma estrela
porque as estrelas podem ser tapadas por nuvens
mas elas não morrem.
O convite é divino:
Ser Gruta
Ser Belém
Ser Estrela. Amém.
Querido/a pejoteiro/a é o que os anjos nos dizem.
A PJ deseja a ti neste Natal e em 2011 muita luz!
 De todos os lugares, dezembro de 2010.

Autor: Hilário Dick

18 de dezembro de 2010

Ao encontro de Jesus Cristo

Olá gurizada pejoteira do meu rio grande! Como está luta?
Estou passando por aqui para contar um pouco das novidades de nossa querida diocese de Uruguaiana, essa terra fronteiriça e missioneira.
Nos dias 4 e 5 de Dezembro no colégio Divino Coração, em Alegrete, aconteceu a reunião de avaliação do ano de 2010, e planejamento de 2011 da Pastoral da Juventude. Reunião essa que teve caráter de assembléia.
Na oportunidade, esse que vos escreve, deixou a função de coordenador diocesano, passando agora a função de assessor diocesano da PJ, juntamente com a Ir. Regina Führ, das Filhas de Santa Catarina, e com o Pe. Alvano Freitas, pároco da Nossa Senhora da Conceição Aparecida do Alegrete.
A nova equipe de coordenação irá se organizar em forma de colegiado, composta de dois membros por área de pastoral da diocese (Uruguaiana, São Borja, Santiago). As funções de cada membro da equipe dentro do colegiado será definida pelos próprios indicados na sua primeira atividade juntos, no mês de Fevereiro no retiro das lideranças. Foi indicado á coordenador o jovem Lucas Campos, de Santiago.
O texto que irá iluminar nossa caminhada no ano de 2011 será Lc 24 13-35(Os discípulos de Emaús), proposto pela coordenação de pastoral. Com o lema: O Encontro com Jesus Cristo.
Foi para nós um momento marcante e histórico, é a primeira vez que apostamos numa coordenação tão participativa. Agora sim podemos dizer que além de projetos, temos sonhos em comum por todos os cantos da diocese. Pedimos a graça de Deus para que possamos transformar os sonhos em realidade, crendo cada vez mais no amor e na semente que lançamos nesta Terra Santa.
Jorge Martins Filho - Coordenador da Diocese de Uruguaiana

9 de dezembro de 2010

PJ’s do RS realizam Seminário de Avaliação e Planejamento da Campanha contra a Violência e o Extermínio de Jovens

Realizada nos dias 4 e 5 de dezembro de 2010, o Seminário Estadual da Campanha contra a Violência e o Extermínio de Jovens do RS contou com a presença de jovens representantes da Pastoral da Juventude, Pastoral da Juventude Estudantil e Pastoral da Juventude Rural, além dos representantes convidados: Congregações, Trilha Cidadã, Levante Popular da Juventude e Juventude Libre. A assessoria ficou por conta de Fabiane (Trilha Cidadã) e Tiago.
Durante o Seminário as atividades de 2010 realizadas no regional, como o Lançamento Estadual na Assembléia Legislativa, foram sistematizadas e avaliadas em grupos. A partir da análise, os/as jovens presentes elencaram ações para o próximo ano. Uma das ações é a Formação de Multiplicadores da Campanha a ser realizadas nas inter – regiões do Estado, além do monitoramento das atividades que acontecerão nas dioceses.
O Trabalho e Juventude, indicado como temática para a Campanha no RS também foi ponto de conversa do Seminário. A temática continua para 2011 com a previsão da construção de um subsidio para os grupos de jovens. A falta de acesso e de dignidade no trabalho submetido à juventude hoje, é uma das causas geradoras da violência.
Ao final do encontro, o compromisso pela defesa da Vida da Juventude foi celebrado por todos/as presentes.
 

JUVENTUDE EM MARCHA... CONTRA A VIOLÊNCIA E O EXTERMÍNIO DE JOVENS!

8 de dezembro de 2010

Confira a reflexão feita por Padre Marcionei da Silva a partir dos debates do Seminário Estadual da Campanha nacional Contra o Extermínio de jovens realizado nos dias 4 e 5 de dezembro no CEPA, em São Leopoldo.

EM MARCHA CONTRA O EXTERMÍNIO DOS JOVENS

                Marcionei Miguel da Silva

                Estamos em marcha contra o extermínio dos jovens em nossa sociedade. As pastorais da juventude iniciaram essa marcha depois do assassinato do Pe. Gisley[1], assessor nacional do Setor Juventude. Um dia antes de sua morte o Pe. Gisley cunhou uma frase que foi encenada por todos os cantos de nosso país pelos jovens ligados às pastorais da juventude: “Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens”. Essa campanha continua atual e desafia as autoridades civis e religiosas e nos faz pensar sobre os caminhos do amanhã. O que podemos fazer para “cessar fogo” em nossas praças? O que fazer para que as drogas “percam terreno”? O que fazer para motivar os jovens para o estudo, a reflexão, a música e o sentido da vida? A música ocupou amplos espaços e a violência ganhou sinais de vitalidade e grande notoriedade depois que os jovens começaram a ficar orgulhosos por estarem sendo filmados exibindo-se com atos violentos. Os inúmeros preconceitos, a falta de compreensão diante das diferenças e a imposição da opinião contrária através da força tem se espalhado em toda parte. Vivemos momentos de grande euforia, crescimento econômico e desenvoltura tecnológica, mas também estamos mergulhados em desastres ambientais, fragilidades econômicas (crises mundiais), fome, miséria, dor, abandono e morte. Não podemos ficar indiferentes com esse mundo transformado num verdadeiro caos (Haiti, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre...). Os problemas pessoais não podem nos anular diante dos problemas dos outros. As soluções são coletivas, passam pela mediação política e exigem uma “força tarefa” de toda a comunidade e não apenas das autoridades.
                Quando mencionamos a questão do extermínio dos jovens trazemos à tona elementos ligados ao trabalho. Não se trata apenas do trabalho como elemento que nos é ofertado, mas da dignidade das condições que são oferecidas ao trabalhador. Fala-se do “trabalho escravo” que também é uma forma de extermínio. Tiramos dos jovens o direito de sonhar, não damos tempo para o estudo, formamos para os trabalhos humildes e simples e não para os cargos de maior remuneração. Fala-se que o trabalhador poderia fazer muito mais em sua vida e trabalhar muito menos. Não estamos dizendo que o jovem deva ganhar sem trabalhar, o que defendemos é a qualificação profissional desses jovens. No tempo em que não está trabalhando ele precisa preparar-se para o mercado de trabalho no futuro. A própria empresa deveria pensar alguma coisa nesse sentido para que o jovem pudesse ampliar sua auto-estima e, dessa forma, inserir-se num ambiente de maior exigência a partir de sua qualificação profissional.
                Alguns jovens falam do total desprezo que as empresas tem para com os estagiários. Eles não são reconhecidos, trabalham gratuitamente e até fazem hora-extra e nada recebem. Essa falta de remuneração ao estagiário é vista como “trabalho escravo”. Não estamos no fim da linha, mas batemos de frente com uma situação de extermínio, ainda que não seja de morte. Quando trabalhamos e não recebemos, “exterminamos” as possibilidades de compra, vivemos com as bibliotecas vazias, as mesas incompletas e as contas penduradas. Vivemos da dependência de outros e nem mesmo a locomoção nos é garantida. Não se pode sonhar com grandes investimentos e o talento fica atrofiado por conta das ausências de oportunidades que a vida não foi capaz de oferecer. Não se tem escolha sobre o lugar onde se quer morar. O fato é que esse jovem precisa sujeitar-se aos lugares mais humildes, mais distantes e menos dignos. A infra-estrutura está incompleta. O esgoto é “a céu aberto”, a luz “enjambrada”, a comida é a mais barata e os passeios são “na sola do sapato”. Esses jovens não têm livros em casa e quando precisam ler devem ir até a biblioteca pública. Só para se deslocar de suas casas até chegar a uma biblioteca pública ele vai precisar gastar quatro passagens de ônibus. Tornemos o fato mais realista. Cada passagem custa, em média, 3 reais. Para ir buscar o livro ele gasta 12 reais. Depois tem a devolução, mais 12. Como ele não consegue ler em 15 dias, então ele precisa voltar à biblioteca para renovar o empréstimo. Em resumo, para ler o livro em um mês ele vai precisar desembolsar 36 reais só em passagem de ônibus. Se o jovem quiser tomar um lanche, mais algum investimento. O jovem que precisa de livros emprestados para ler normalmente trabalha durante o dia e estuda à noite. Em resumo, não tem tempo para ler. À noite, cansado, ele quer dormir. Nos finais de semana, para sair da rotina, inventa novas atividades, como o futebol, o baile, a festa, o namoro ou o passeio em algum bar perto de casa. O jovem não pode ir muito longe e nem consegue sonhar muito alto. Esse estilo de vida leva o jovem a sentir-se diminuído, fraco e pouco motivado para seguir em frente. Em certo sentido o extermínio da juventude não ocorre apenas quando o jovem está estirado no chão sem o hálito da vida, mas ocorre, de modo muito particular, quando lhe impedem de amar, de estudar, de trabalhar dignamente, de ter família, de viver um mundo mais humano e mais fraterno e de ser gente. É comum vermos os jovens sem família, entregue ao mundo do tráfico e da prostituição e fora do mercado de trabalho por falta de qualificação. A vida continua, a dor não cessa, a fome chega, o roubo aumenta, os assaltos se multiplicam e a violência ganha notoriedade. Vivemos num “mundo cão” e somos surpreendidos pelas incoerências de nossas propostas. O jovem está salvo somente quando ganha espaço na sociedade para ser um ótimo arquiteto, um grande engenheiro ou um reconhecido empresário. Contudo, a prática tem nos mostrado elementos bem diferentes. Os magnatas também estão morrendo, os empresários entrando em falência e os estudiosos se desesperando por questões pessoais mal resolvidas. Há uma notável fragilidade de toda sorte em nossa sociedade que nós não estamos conseguindo sanar com responsabilidade e grandeza de alma. Os jovens pobres estão na pior, mas ainda sentem-se salvos quando o conforto afetivo os cerca. Aprendem a sobreviver com o mínimo necessário e são felizes com isso – mas ainda falta muito para atingir o ideal. De outro lado, os jovens mais abastados não estão plenamente satisfeitos. Vivem na solidão e sem clareza das escolhas que lhes foram propostas, ou mesmo imposta. 
                Nesse jogo de fragilidades é importante dar-se conta das qualidades que o jovem humilde e simples possui e que não podem ser descartadas, e das limitações que os jovens mais afortunados possuem e que não podem ser desejadas ou agregadas em nossa lista de sonhos. O discernimento é extremamente importante. Quando o olhar subjetivo fica comprometido, salta a questão do coletivo. A marcha contra o extermínio de jovens só é possível ser feita em grupo. A palavra “extermínio” soa de maneira agressiva e apresenta-se de forma repulsiva em nossa vida. Se há um extermínio, logo há um exterminador. Quem está matando a juventude? Quem está roubando dos jovens o direito de viverem? Colocamos toda culpa no cano da espingarda, na R15 ou na bazuca. O fato é que o jovem está sendo exterminado sem receber nenhum tiro. Já falamos das condições mínimas para sobreviver, das famílias desestruturadas, da escravidão no trabalho e da falta de preparo para os empregos que se apresentam. Não queremos defender bandido e marginal, mas sejamos realistas, ninguém nasce bandido, marginal, assassino ou ladrão. A sociedade é que vai corrompendo os jovens. Quanto maior a ganância, mais visível o contraste. Quem tem algum bem cuide, porque vai perder; e quem não tem não sobreviverá sem as mínimas condições, por isso buscará onde existe. A vida tem precedência. Se o salário não veio e o emprego foi perdido, alguma coisa será feita. A vida está em primeiro lugar. Antes que deixar a fruta apodrecer, algumas atitudes são tomadas pelos jovens menos entusiasmados em achar as soluções para os problemas de maneira mais digna e honrada. Cuidar dos jovens é cuidar de nossa própria vida, de nossa família, de nossos bens e do futuro da humanidade desde o nosso presente na sua infindável complexidade. 
                A marcha não é uma simples caminhada feita no centro da cidade para impressionar quem passa pelas avenidas. A marcha é uma tomada de consciência de toda a sociedade organizada para a inclusão de nossa juventude onde quer que ela esteja. Não se trata de certo ou errado, mas de coragem para ser fazer alguma coisa. O importante é estar com os jovens, rezar com eles, trabalhar por uma causa comum e pensar a partir de suas dores. As soluções para os problemas são políticas, éticas, organizacionais, religiosas e sociais. A marcha contra o extermínio dos jovens não é uma campanha exclusiva para os jovens cristãos exterminados, mas para todos os jovens. Temos pressa para resolver os problemas, queremos documentar nossas ações e não podemos nos omitir diante das dificuldades. A nossa marcha tem elementos intelectuais, comprometimento pastoral engajado, consciência política, debates ideológicos, escuta transformadora, assembléias de lideranças, reivindicações, projetos, formação humano-cristã e profecia. A nossa marcha extrapola o lúdico, supera a expressão poética, amplia o verso musical, desdobra-se em falas acadêmicas e sintetiza-se em artigos anúncio-denúncia. Em nossas marchas defendemos a vida em primeiro lugar, a organização da sociedade, o diálogo ecumênico e o testemunho das lideranças. Os mais fortes devem emprestar seu braços e seus ombros para carregar os menos prendados. Somente a partir do princípio misericórdia, como diz Jon Sobrino, e com o princípio da solidariedade, vestido de esperança que se move pela força da fé é que seremos vitoriosos em nosso propósito de inclusão que vai muito além do precoce sepultamento.




[1] A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, nesta terça-feira, 16, um nota sobre o assassinato do assessor nacional do Setor Juventude, padre Gisley Azevedo Gomes. Ele foi morto nesta segunda-feira, 15, e o crime está sendo investigado pela Polícia, com o acompanhamento dos advogados da CNBB e da Congregação dos Sagrados Estigmas.

Confira a íntegra da nota:

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), profundamente consternada, comunica o assassinato do padre Gisley Azevedo Gomes, CSS, assessor nacional do Setor Juventude desta Conferência, ocorrido nesta segunda-feira, 15 de junho.  O crime está sendo investigado com empenho pela Polícia com o acompanhamento dos advogados da CNBB e da Congregação dos Sagrados Estigmas (Estigmatinos), a qual padre Gisley pertencia.

Ordenado em 29 de maio de 2005, padre Gisley estava na assessoria do Setor Juventude da CNBB há pouco mais de dois anos. Comprometido com a vida da juventude, organizava, juntamente com as Pastorais da Juventude do Brasil, a Campanha Nacional contra o Extermínio da Juventude que tem como lema “Juventude em marcha contra a violência”. Lamentavelmente ele foi vítima da violência que ansiava combater.
Cf. http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=273200